A Realidade de nossos Sonhos
Sempre acreditei que a melhor maneira de viver fosse considerando nossos sonhos como uma projeção do que seria nossa realidade ideal, sem permitir que os mesmos inteferissem em nossos atos, afinal, o único jeito de garantir a sensatez de nossas escolhas é optando por aquilo que vemos, não pelo que sentimos. Por conta disso, surpreendi-me quando um amigo meu abordou este assunto numa conversa da seguinte maneira: nós todos somos compostos por diversas formas de energia; talvez a principal de todas elas seja os nossos sonhos! Para alguns, eles nos alienam da realidade, mas eu penso que qualquer coisa é real, contanto que acreditemos nela. Portanto, a verdadeira realidade não é aquela que assistimos nos noticiários, é apenas aquela na qual cremos. É assim que formamos nossas expectativas, nossas motivações… e, porque não, nossa personalidade também? O princípio da vida não está no que é, mas sim no que queremos que seja, pois é isso que nos dá o impulso para seguir!
Logicamente, seu ponto de vista diverge bastante do meu, por isso, sem pensar duas vezes, discordei, afirmando que se acreditarmos apenas em utopias jamais seremos felizes, pois o mundo quimérico onde ele vivia parecia perfeito apenas para ele mesmo: por mais que você acredite que ele é real, para todos os outros não passa de mera fantasia. Como você poderá deixar de ser egoísta se conseguir somente ver aquilo que lhe convém? – perguntei – Desta forma, como o ser humano alcançará a felicidade se nos mantemos presos dentro de nossos propósitos individuais e egocêntricos?
Ele, todavia, parecia categórico quanto a sua teoria da pureza existente no ato de sonhar, portanto não entendia porque deveriamos viver na realidade triste que o mundo, em geral, determinou! Para ele aquilo no que a maioria acredita não é necessariamente o mais plausível! “Quem garante que o real é apenas um?”, ele indagava. “a única certeza que tenho é que tudo é relativo, sendo assim, não existe verdade alguma, apenas teorias; Desta forma, é preferível viver numa vida fantasiosa e agradável que passá-la na angustia de um mundo imperfeito que não pode ser mudado!”
Eu, particularmente, concordo que precisamos dos sonhos para nos impulsionar, mas sem a razão não encontraremos a direção certa; por isso, eu sonho apenas sonhos – é o bastante para ter ambos dentro de mim, sonho e realidade. Assim, consigo enxergar muito mais que os surrealistas: eu vejo o palpável e o reflexo, ao invés de viver numa casa de espelhos. Acredito que estamos aqui para nos tornarmos pessoas melhores, porém ninguém evolui vivendo numa ilha dentro de si, pois seriamos todos perfeitos caso o único ponto de referência utilizado para distinguir o bom do ruim fosse nossa própria opinião.
Em suma, este tipo de discussão é delicada e, em alguns aspéctos, dramática. Entretanto, é indubtável que muitos já se encontraram debatendo sobre este mesmo assunto consigo mesmo. No final de tudo, eu e meu amigo apenas andamos em circulos, pois não existe a receita para a verdade. Apesar da própria elaboração destas idéias parecerem apenas despautérios, são detalhes como estas pequenas crenças que, em proporções maiores, definem o bom senso de cada um de nós, o que interfere diretamente em nossas ações. A realidade afeta a maneira com a qual olhamos as coisas, porém simples convicções são capazes, também, de alterar toda uma realidade.
by. GabMarks & Bardo
gostei da discussão…. mas penso que faltou a palavra equiíbrio.
Haverão momentos em que a consciência da nossa realidade é o que sentimos, outra oque vemos, ouvimos, palpamos….mas o mais real é quando o sonho realiza-se o vivênciamos equilibradamente com todos os sentidos.
É uma maneira interessante de ver rs
É tão belo quando percebemos a realidade e o que nossos sonhos podem fazer por ela, mas ao mesmo tempo há tantas realidades alternativas. Mas viver na realidade ainda é melhor, e uma pitada de sonhos ajuda bastante.